Aurora Marco terma da man de Díaz Pardo

Aurora Marco con Díaz Pardo nun acto de Memoria Histórica 
na illa de San Simón - ano 2006a


Unha persoa de referencia dende os contextos da memoria histórica, da muller, dos dereitos e liberdades das persoas é a escritora Aurora Marco, unha galega que veu ao mundo pola Serra de Albarracín. As súas publicacións son rexas e consistentes como o Castelo de Pambre, e mailas seren duras por veces non por iso se ceiban da tenrura, desa terrura que nos dá ver, por exemplo, un Niño de Pombas... quizais tamén ao carón dun cesto de mazás. 

E sinalamos isto porque, entre outros aspectos, a autora é especialista na obra literaria en galego do sabio Antonio López Ferreiro, tema no que desenvolve a súa tese de doutoramento.

Unha manchea de títulos ten lanzado ao público, fundamentalmente dende o ensaio, porén tamén se aventura na edición de obras de autores como o citado López Ferreiro, Otero Pedrayo e Avilés de Taramancos, entre outros. Ela é das fundamentais, Aurora, das persoas que dende a intelectualidade se precisa para reconstruír o país, para recuperar a memoria de Isaac e restituír os espazos dos que a muller, todas as mulleres, foron / fomos despoxadas.

Beizóns, polo túa achega: A obra plástico-literária de Isaac Diaz Pardopresentada no V Congresso Internacional  de Didáctica da Língua e da Literatura (Coimbra, 1998), publicada no volume Didáctica da Língua e da Literatura (Porto, 2000, pp. 277-289). Eís unha proposta didáctica para as aulas, dentro dun tratamento intertextual e interdisciplinar, a partir de dúas obras plásticas, O nacimento de Venus e O concerto da zanfona, a serie Xentes que ollan e o álbum Unha presa de dibuxos feita por Isaac Díaz Pardo de xente do seu rueiro (1956).

Velaquí un amplo extracto do mesmo.

A obra plástico-literária de Isaac Diaz Pardo

   Quanto aos textos literário-visuais onde o autor combina o texto com a imagem, imo-nos referir ao álbum Unha presa de dibuxos feita por Isaac Díaz Pardo de xente do seu rueiro (1956), um retrato colectivo, realista e duro, por vezes. Trata-se de relatos justapostos que formam parte de um todo, umha espécie de caleidoscópio que nos leva à comprensom do narrado e do percebido pola vista. Narrador e autor coincidem, um debuxante e escritor galego que nos comunica aquilo que lhe é dado presenciar: "Isto é o que vejo e isto é o que quero escrever".

   Neste estudo psicológico do povo galego apresenta-nos todo umha galeria de personagens: o cego, o tolo, o senhorito, o crego, o incendiário, o putanheiro, o feirante, o velho ao que lhe emigrárom os filhos, o juíz, o home que se perdeu em si próprio, o home que emprega o seu talento em fazer solitários. Outros seis tenhem protagonismo feminino e o seu título inicia-se com o sintagma "a rapaza que...", como a que vive para o amor, a que trabalha num torno de alfareira, a peixeira que posa nua ante o artista, a fidalga com face de esfinge ou a que vive apegada à terra como formando parte da paisagem. Som personagens com os seus problemas, misérias e grandezas, com as suas desgraças físicas e morais. Um desfile de tipos a quem Diaz Pardo trata com ternura mas também com ironia.

   Como em Xentes que ollan, aqui o título é igualmente elemento paratextual que facilita interessantes dado para a interpretaçom do texto: o sintagma "do seu rueiro" é muito significativo. O "rueiro" em Galiza é um espaço social para a celebraçom de juntanças e festas. O uso do possessivo "seu" implica o autor com as suas gentes, a adscriçom a essa comunidade anónima à qual por desejo próprio quer estar unido.

   Unha presa de dibuxos feita por Isaac Díaz Pardo de xente do seu rueiro pertence ao género das cousas –inaugurado magistralmente por Castelao–, onde se combinam o elemento gráfico e o verbal. Um texto concentrado e intenso, acompanhado de um desenho que funciona como ilustraçom das palavras, que podem, nom obstante, ser entendidas autonomamente. Mas som afins em intençons.

   Carvalho Calero, ao analisar as cousas de Castelao, indicou que nelas sempre há um drama de acçom, de caracteres ou de situaçom. Isto mesmo é aplicável ao álbum de Díaz Pardo. O drama do quotidiano humano, a realidade que o rodea ficam reflectidos nesses textos literários, alguns meramente descritivos, outros apuntam para um sucesso. Retratos humanos que só a parte gráfica nom alcança a exprimir e tenhem que ser completados por meio das palavras que, semioticamente, som aqui o essencial. É como se o autor nos dixesse que na paisagem humana que nos traslada, há algo mais do que vem os olhos e o artista tem que evocar algo mais que umha visom. Umha filosofia semelhante à exprimida por Castelao no prólogo introdutório de Cousas, intitulado "A carón da natureza". De aí que alguns dos textos literários-visuais desta presa de debuxos de Díaz Pardo estejam impregnados de certo lirismo.

Aurora Marco


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